Cores da vida
Maristela Ferreira
Cores da Vida
Quando eu cheguei, e nem faz tanto tempo assim,
logo de cara, como toda a gama de uma aquarela,
o sol, só marra, sorriu pra mim.
Perdi a fala e a postura.
Depois, com toda formosura,
discursei como tagarela.
Falar dessas cores remetem a louvores,
andores, sabores, dores e amores.
Cada qual, num modo nada formal, tem seu sentido.
Uma é do coração machucado e ferido,
outra é do olho socado e agredido.
Tem aquela que agasalha o nenê,
e tem a outra que é da flor do ipê.
E aquela que aparta a briga?
Coitada, tão sofrida,
que quase ninguém se lembra dela.
Tem a da salada, a do suco e a da sopa.
Tem a da risada, a do coco e a da bandeira de popa.
Mas tem uma especial:
Aquela do primeiro por do sol que vi aqui.
Por ela, como mais um habitante do lugar, me incluí.
Difícil de explicar,
e não tente garimpar.
essa nem no Aurélio tem a palavra.
Pra quem tiver curiosidade em conhecer,
basta vir pra essa ilha, que aqui tem dela.
Tem muito, em todo canto, um espanto.
Tanto, que tem pra dar e vender.
... que ilha é essa? Cananeia
Marcio Martini
08/04/19