O tempo e a canela
Marcio Martini
O tempo e a canela
Lá vem ela,
me chamando na janela,
Pedindo pó de canela,
Pra misturar na pinga dela.
Ah seja,
É só canela que deseja?
Entre prum pouco descansar!
Ora pois olhe,
se achegue,
Fiz aquele manjar.
Fique só prum dedim de prosa,
Espere a chuva passar.
Pressa... que nada,
Puxe uma cadeira,
Deixe um pouco o tempo andar.
Vai trovoar a tarde inteira.
Isso não é chuva passageira.
Ê tererê,
Vai que a chuva espicha!
Aqui a moça pode se abrigar.
Meu Bomje!
Se esfriar, a canela esquenta.
Se esquentar, a pinga só aumenta.
Se faltar,
A gente orienta.
Rode a roda,
Tem muita história pra contar!
Só não pode ficar aí olhando,
Cismando, teimando.
Abra a alma, seja bem-vinda.
Aqui não paga nada pra viver e sonhar.
Marcio Martini
13/03/19